4º CACB Mil – Foz do Iguaçu
terça, 24 de outubro de 2017
A ACEMA (Associação Comercial e Empresarial de Machadinho) foi representada pela sua Presidente Madalena Petyk, 2º vice Presidente Jerfley Rodrigues e o associado Artêmio Petyk.
Foram 4 dias de muito aprendizado, de relacionamento com dirigentes de ACE’s de todo o país.
Segue um pouco do que foi o 4º CACB MIL.
O engajamento cívico das entidades representativas no processo de soluções conjuntas foi o assunto que dominou o primeiro dia do 4º Fórum CACB Mil e o Congresso Empresarial Paranaense, que acontece em Foz do Iguaçu. O encontro, feito em conjunto entre a Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB) e a Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap), busca enfatizar o papel dos empreendedores na busca de soluções de seus problemas, contribuindo com o poder público e não mais terceirizando seus pleitos. “Nosso papel está mudando”, disse o presidente da CACB, George Pinheiro, “e o engajamento empresarial deve ocupar espaço maior na busca de soluções para toda a comunidade”. Ele lembrou que o Estado não pode fazer tudo e não podemos ficar esperando tudo dele.
Para uma auditório acostumado a ouvir e a debater tópicos econômicos, o maestro João Carlos Martins fez a diferença na abertura do 4º Fórum CACB Mil. Aplaudido de pé, o maestro que superou todas os dificuldades físicas decorrentes de um problema neurológico, deixou um recado eficiente: inovar é a capacidade de se reinventar.
Superação foi a palavra-chave da palestra magna que brindou os cerca de mil empreendedores presentes, com quatro músicas tocadas por ele, entre elas, o arranjo comovente do hino brasileiro, o mesmo que ele tocou na abertura da Paralimpiada do Brasil.
Ele mostrou determinação e, especialmente, capacidade de se recriar e acreditar que era possível. Depois de cirurgias e até de agregar uma nova profissão à sua carreira de pianista, o maestro comprovou que para vencer nas adversidades é preciso determinação e esperança.
Acima de tudo, ele deixou outro recado: a necessidade de ajudar os excluídos que precisam de uma simples oportunidade para transformarem suas vidas. Foi o que ele fez com a música que, como mesmo expressou, o salvou, e também salvou muitos outros jovens.
As rápidas mudanças e as incertezas de um ano eleitoral modificam os cenários
Mesmo que os indicadores apontem para uma retomada do crescimento econômico, o setor de varejo precisa ter cautela, já que o próximo ano será de eleições e, portanto, de indefinições que, na verdade, representam a grande inimiga da estabilidade. Foi desta maneira que Maurício Louzada falou aos empresários no 4º Fórum CACB Mil e no Congresso Empresarial Paranaense.
De acordo com o palestrante, que realizou até agora 287 palestras neste ano, falando sobre o varejo, as eleições de 2018 podem modificar o cenário e, com isso, os empreendedores necessitam estar prontos para desafios que poderão não corresponder às tendências de agora.
Reforçado por frases como “nada é mais perigoso para o amanhã do que o sucesso de ontem”, Maurício Louzada mostrou como as mudanças de comportamento e atitudes estão chegando velozmente, citando como exemplo, que o maior edifício do mundo, o Empire State Building, desde 2015 caiu do primeiro para o 21º lugar.
Ele citou exemplos que deverão ser seguidos neste cenário de incertezas, como o da percepção de mudança de estratégia, planejamento, correção de rota.
Sobre Michel Temer, o painelista disse que ele deve ser lembrado como o presidente que usou sua impopularidade a seu favor
Não estamos em um bom momento da política brasileira: assim o cientista político Fernando Schüler iniciou seu bate-papo com os empresários que participam do 4º Fórum Nacional CACB Mil e do Congresso Empresarial Paranaense. Segundo ele, não se pode pensar política em nenhum lugar do mundo, sem levar em consideração o momento que a democracia vive: de mal-estar.
Como exemplo, Schüler citou a reforma da previdenciária brasileira. Segundo ele, o Brasil gasta com a Previdência 12% do que arrecada, quando não deveria gastar mais que 5%. O cientista político contou a história de um jovem professor, que é contra a reforma, pois tem o desejo de se aposentar aos 53 anos e se tornar poeta.
“Como um jovem que acabou de entrar no mercado de trabalho e que tinha tudo para pensar no futuro, empreender e ficar rico está preocupado em se aposentar aos 53? Por que não montar um portal inovador de poesia e crescer? ”, questionou Schüler.
Shcüler destacou que a reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, foi feita justamente para dar segurança jurídica e dar espaço a novas tecnologias e meios de trabalho. “É uma oportunidade de devolver à sociedade algo que o governo tem tirado há anos”, disse. Para ele, a reforma livrou o país de uma bomba, resultados de duas ditaduras do País: o imposto sindical.
Sobre a reforma política, o cientista disse que o voto distrital misto não foi aprovado porque os deputados que estão no Congresso têm medo de não serem reeleitos. “Se eu tiver voto distrital eu vou ter que bater chapa com um partido grande no meu distrito e só vai entrar um, é o que pensam”, criticou.
Schüler fez ainda diversas críticas ao sistema, como por exemplo ao gasto do governo com a produção de informação. Ele conta que, recentemente, a TV Brasil ficou cerca de duas horas com zero de audiência. “Isso em um momento em que temos uma imensa produção de informação gratuita no mundo”, declarou.
Outra crítica do cientista político é com relação ao fato de o governo brasileiro regulamentar coisas que chamou de absurdas, como o sabor do cigarro ou a proibição da publicidade infantil “É preciso tratarmos as pessoas como adultas e deixar que a sociedade decida essas coisas, não o governo”, opinou.
Fernando Schüler lembro ainda que o presidente Michel Temer deve ser lembrado como o presidente que usou sua impopularidade a seu favor. “Tomou diversas medidas que eram necessárias, mas que nenhum governo popular conseguiu fazer”, disse.
De acordo com a presidente do CNME, Neiva Kieling, o movimento das mulheres empresárias é capaz de incutir transformações profundas na sociedade.
A desigualdade de gênero atrapalha o crescimento do país. A participação da mulher é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento econômico. Esse foi o assunto discutido no painel “O empreendedorismo e o papel das mulheres nos negócios”, do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME) e da Faciap Mulher.
De acordo com a presidente do CNME, Neiva Kieling, o movimento das mulheres empresárias é capaz de incutir transformações profundas na sociedade. “Os impactos econômicos e sociais são notavelmente percebidos e absolutamente positivos”, disse ela.
A assinatura foi feita no início do painel Experiência do Paraná na Inclusão Financeira das MPEs
A CACB e o Siccob assinaram esta tarde um protocolo de intenção entre as entidades, que entre outras coisas, prevê o estimulo e a potencialização de parcerias, a realização de atividades comuns para disseminar o sistema cooperativista, oferecer serviços e identificar oportunidades para novas cooperativas, levando a experiência do Paraná para todo o País.
“Nós do Paraná e das associações comerciais cansamos de reclamar das taxas de juros e das dificuldades e então criamos uma alternativa, as cooperativas de crédito”, disse Jefferson Nogaroli. Segundo ele, ao se criar esta alternativa, outras cooperativas que já existiam começaram a olhar para as MPEs, o que é muito bom, pois gerou competitividade e boas condições de crédito. “Nos só vamos ter um pais eficiente quando aqueles que produzem tiverem condições viáveis para isso”, declarou.
“É muito bom pensar e planejar, mas é muito melhor fazer”, disse George Pinheiro ao fim das palestras
“Vai lá e faz”, este é o mantra da Perestroika, uma escola livre de atividades criativas de Porto Alegre. “Isso reflete nossa postura de negócios voltada para a ação, não para o planejamento”, diz o cofundador Felipe Anghinoni. Segundo ele, a empresa planeja um pouquinho, mas faz bastante. “O foco na ação é o grande driver de empreendedorismo que estamos vivendo”, afirma.
O case do Brownie do Luiz é um exemplo de visão empresarial na adolescência. Luiz Quinderé começou aos 15 anos, ainda na escola, quando levava o doce para comer no recreio e, por isso, fazia sucesso entre os amigos. Foi então que ele decidiu transformar aquilo em um negócio e, com a ajuda da pessoa que trabalhava em sua casa, começou a comercializar brownies. Hoje é considerado um dos 30 jovens mais promissores pela revista Forbes.
Para o palestrante, olhar dificuldades e oportunidades e criar grandes negócios a partir disso é algo que ainda falta no Brasil
Se abrirmos o Youtube e digitarmos na busca o termo “inovação disruptiva”, certamente o nome de Arthur Igreja aparecerá em boa parte dos primeiros resultados. Empresário, investidor anjo e proprietário da Disrupt Investimentos, Igreja falou esta tarde para empresários de todo o País. Criar experiências que o digital não pode oferecer foi o destaque de sua palestra.
“As pessoas pagam caro para ir ao Rock in Rio pela experiência que ele oferece. O digital não pode entregar o mesmo para o público”, explicou o palestrante. Para ele, olhar no olho dos clientes e fazer um atendimento mais humano é o que pode criar uma experiência semelhante à do festival de música.
Na opinião de Arthur, apesar de tudo o que está acontecendo mundo afora com empresas que crescem muito rápido, é uma boa base educacional que gera pessoas capazes de criar empreendimentos únicos e de grande sucesso, o que ainda não temos no Brasil. “Nosso País está estagnado na educação. Poucos lugares no Brasil estão capacidades de desenvolver negócios inovadores”, criticou.
Desligar o piloto automático para fazer acontecer foi o conselho dado por Allan Costa
Falou em coragem para modificar os rumos, e numa verdadeira cultura empresarial enfatizando que, muitas vezes, olhando para o outro lado é que se encontram as oportunidades. Disse que não se planeja mais por longos prazos (o Google, por exemplo, planeja por três meses) e enfatizou que todos precisam de propósito.
Deixou claro também que a vida ganha sentido quando se troca as trilhas percorridas e conhecidas por aquelas menos percorridas para ver outras paisagens e deixarmos a mediocridade de lado. Para encerrar, lembrou que o mais triste é percebermos que nossos propósitos ficaram de lado e que a vida não nos dá mais tempo para cumpri-los.
Segundo Marcio Fernandes, para conseguir engajar os funcionários, é preciso ter um propósito
Autor do livro “Felicidade dá Lucro” e ganhador do prêmio Great Place to Work (GPTW), Marcio Fernandes falou no Congresso Empresarial Paranaense e 4º Fórum Nacional CACB Mil, em Foz do Iguaçu, sobre a necessidade de um novo modelo de gestão nas empresas, em que o lucro é fruto da felicidade das pessoas. “O funcionário que boicota a empresa faz isso porque não aguenta ficar lá dentro. E não adianta dar treinamento, isso é feito há 50 anos. A gente precisa fazer diferente”, afirmou ele.
Segundo ele, para conseguir engajar os funcionários, é preciso ter um propósito. Quando empresas e pessoas têm propósitos, argumenta ele, só é necessário encontrar a convergência entre os dois. Isso constrói a ideia de que o sonho de cada colaborador é respeitado, e que a empresa é um meio para chegar nesse objetivo. “Com isso, as pessoas deixam de ser alguém que está lá porque é obrigado e passam a ser alguém que escolheu aquilo para a vida dela”.
Mas para conseguir implementar esse novo modelo de gestão, Marcio Fernandes diz que é preciso realizar mudanças dentro da empresa. “É necessário ter líderes facilitadores, e não chefes. Não pode ser uma pessoa que centraliza poder, mas, sim, que agrega. O ego normalmente atrapalha esse processo”. Mudanças que, ele garante, impactam positivamente no lucro.
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